sexta-feira, dezembro 23, 2011

algo inacabado.

-?

-não percebeste?

-percebi

-então?

-eu não queria ter percebido…

-então porquê?

-porque o que tu acabaste de dizer não é teu…

-não é meu porquê?

-porque tu não és assim. Porque tu és uma pessoa quente e carinhosa. Nunca dirias algo assim…

-fui para a cama com o teu irmão.

-não repitas. NÃO ACREDITO EM TI

-se não acreditas porque gritas? Estou a dizer-te isto porque achei que devias saber, não para fazeres esse filme todo.

Nesse momento Bruno olha para ela incrédulo. A mulher com quem partilha a sua vida há 5 anos não é aquela que está á sua frente.
-Quando?

-o que interessa isso agora?

-o que.. ACHAS QUE EU NÃO TENHO O DIREITO DE SABER??!
Primeiro dizes-me que eu devia saber que foste para a cama com ele e agora dizes que não interessa quando?!

-porque foi antes de te conhecer.

Neste momento Bruno vira-lhe as costas e sai.
Soraia acende um cigarro e abre a garrafa de vinho. Passaram-se horas até que Bruno voltou para casa. Claramente embriagado, agarra em Soraia e possui-a ali no sofá da sala.

Partilham o cigarro.

-porque é que resolveste contar-me isto agora? Porque não mais cedo? No início?

Ficou calada.