sábado, abril 30, 2011

Encontro-te algures no tempo.
O tempo que já passou, passa e passará.
Se te encontro é nesse tempo.
E quando te encontro, perco-te logo a seguir.
Algum dia o nosso encontro permanecerá.
Quando, ainda não sei. Nem sabe o tempo.
Mas sabemos (tu, eu e o tempo) que esse tempo irá chegar.
O local não sei se será importante.
Talvez será, talvez o lugar será a chave de nos encontrarmos.
Até lá é uma incógnita que permanece no ar sem darmos muita importância.
É um encontro de que se fala com muitas expectativas, mas muitas das vezes sem importância.
Como algo banal. Como a beata do cigarro que permanece abandonadaa no chão depois de ter sido fumado.
Os cafés são banais, o bairro alto e as discotecas também. Porquê?
Os encontros são banais, os encontros que se dão nos locais são banais. Sem qualquer teor ou motivo pálpavel ou de alguma importância.
Se te encontro aí não é o encontro.
Se te encontrar aqui também não.
A incógnita permanecerá como uma nuvem enquanto o dia não chegar.
E quando esse dia chegar, conseguiremos identificar esse dia? Será que já não passou?
Há dias que penso que já chegou, noutros penso que nunca irá chegar.
Assim não me iludo, nem dou importância ao pensamento, ao encontro.
E os dias vão passando, os cafés vão passando, os copos vão passando, as músicas vão passando e nós (tu, eu e o tempo) vamos passando até que o dia chegue.

sexta-feira, abril 29, 2011

Coisas (claramente!)

Há coisas que compreendo.
Outras que não compreendo.
Há aquelas que quero compreender e compreendo.
Há ainda aquelas que não quero compreender e compreendo.
Melhor: julgo compreender e não compreender mas no fim não sei de nada. Nem daquilo que se passa comigo.
Novela mexicana, dobreada em brasileiro, com produção argentina e actores chineses.
Penso que é isto. Não?
Enfim, também não importa.
Só sei (lá está) que é uma salganhada expressa em bom português ou uma merda.
Comprender para quê?
Procurar uma razão para quê?
Afirmar-me para quê?
Rebaixar-me porquê?
Alguém sabe a resposta?!
Eu julgava que sim mas hoje não.
E deixei-me dessa ilusão porque cansei de tentar perceber o porquê das coisas, as razões das coisas, as perguntas das coisas, as desculpas das coisas, os egos das coisas, os pensamentos das coisas, as teorias das coisas, as práticas das coisas, tudo das coisas.
Limito-me a levitar sobre as coisas.

sexta-feira, abril 22, 2011

ok

portanto.. há revolta, mágoa, saudade, amor, tristeza, felicidade, amizade, agonia.
por isso eu quero só um momento, um segundo sem isto tudo. principalmente a revolta.
é tão grande que não consigo ter algum tipo de reacção que iguale tudo o que está cá dentro. caem-me algumas lágrimas mas não chega. não posso bater em nada ou alguém. não posso berrar. desaparecer para onde não haja alguém. tenho apenas este lugar que me consome a cada dia, a cada segundo. cada vez mais me tira o ar que respiro, a minha essência, a minha alegria, me rouba de mim. torno-me num ser cinzento, alguém que se confunde com as paredes e com o chão que se pisa. a dor é grande é forte mas não há nada que a acalme.
enfim...