domingo, setembro 30, 2012

ainda não tem.

E depois? Depois merda. Depois monotonia, solidão, clausura. Ou então é como se tal não tivesse acontecido. Mas basta um cheiro, um momento de distracção, o pensamento foge para aquele lugar que pensamos à muito esquecido. Aí é que provamos o nosso valor. Ou não. Não sei. Apercebendo-nos que conseguimos resistir à tentação, ou que ela já não é uma tentação é uma pequena vitória. Uma pequena vitória que é grande. somos donos de nós próprios e é das melhores sensações do mundo. supera os melhores orgasmos, aquele gelado que comemos num dia quente de verão, o hambúrguer que se come ao sair da discoteca, um amigo que reencontramos que o tempo já é tão longo que nos esquecemos. Donos de nós e ao mesmo tempo não podermos controlar a maioria dos acontecimentos que vivemos. Querer ir e não nos deixarem. Perdemos a vontade? Não. Mas ela está lá, no seu canto, adormecida, à espera que lhe abram um pouco a janela para pôr a cabeça de fora e com ela o resto do corpo. Quero ir e não sei como o fazer. Quero partir mas é muito forte o que me prende. Quero-te aqui mas não é possível.

quinta-feira, julho 19, 2012

Lino, O Pescador

com ar embriagado passeava pelo largo da praça da Costa da Caparica. vestes humildes, gastas e sujas. tem olhos claros e a pele queimada pelo sol. chegou, pediu um cigarro e apresentou-se. ao fim de 3 minutos de conversa diz : "para mim,a pior coisa que apareceu foi o dinheiro. percebes? eu vejo que percebes." dito isto,seguiu caminho e acendeu o seu cigarro.

sexta-feira, junho 29, 2012

Novas Sensações

Porque tudo na vida é transitório. Até que deixe de ser. Ou até que deixes que isso aconteça. Posso não saber o que o amanhã me reserva, mas tenho uma ideia. Caso o destino resolva mudar de ideias logo se vê. Amanhã ao acordar logo se vê o que se faz. Por enquanto é tentar organizar a vida e traçar um rumo (guideline) a seguir. O que me traz alguma alegria é um rosto que vejo olhar para mim todos os dias e me traz alguma tranquilidade.

terça-feira, abril 24, 2012

05032012

Um dia, penso que foi só uma vez (um dia), vi-te aqui nestes bancos. Para mim é estranho estar aqui sentada, enquanto aguardo para te ir visitar onde é agora a tua última morada. Porque me recordo das vezes que me cruzei contigo, ou que te vi ao longe e estavas com um olhar distante, como se recordasses o passado ou pensasses na tua vida. Hoje, mais que nunca,continuo a interrogar-me no que pensavas. Mesmo quando estavas em casa, deitado na tua cama interrogava-me quais seriam os teus pensamentos e os teus sonhos. Tinhas o rosto marcado pela idade, por uma vida árdua, por memórias, pela vida. Tu inspiravas-me calma e tranquilidade. Em ti via esperança. Apenas nos teus últimos meses comecei a ter consciência/conhecimento de parte do teu sofrimento, da tua luta, da tua história. Entristece-me o facto de não ter falado mais contigo. De saber em primeira mão como foi a tua vida, como era a tua história. Quando te vi naqueles bancos fiquei muito curiosa em relação ao que te passava pela mente. Hoje já não poderei saber. Nunca vou puder saber o que te passava pela mente quando te sentavas nos bancos de jardim ou nos bancos do Almada Fórum. Permaneceram para sempre contigo e nunca mais poderei saber o que sentias ou ouvir a tua voz. Sinto imenso a tua falta e jamais poderei recuperar o tempo perdido