terça-feira, abril 24, 2012

05032012

Um dia, penso que foi só uma vez (um dia), vi-te aqui nestes bancos. Para mim é estranho estar aqui sentada, enquanto aguardo para te ir visitar onde é agora a tua última morada. Porque me recordo das vezes que me cruzei contigo, ou que te vi ao longe e estavas com um olhar distante, como se recordasses o passado ou pensasses na tua vida. Hoje, mais que nunca,continuo a interrogar-me no que pensavas. Mesmo quando estavas em casa, deitado na tua cama interrogava-me quais seriam os teus pensamentos e os teus sonhos. Tinhas o rosto marcado pela idade, por uma vida árdua, por memórias, pela vida. Tu inspiravas-me calma e tranquilidade. Em ti via esperança. Apenas nos teus últimos meses comecei a ter consciência/conhecimento de parte do teu sofrimento, da tua luta, da tua história. Entristece-me o facto de não ter falado mais contigo. De saber em primeira mão como foi a tua vida, como era a tua história. Quando te vi naqueles bancos fiquei muito curiosa em relação ao que te passava pela mente. Hoje já não poderei saber. Nunca vou puder saber o que te passava pela mente quando te sentavas nos bancos de jardim ou nos bancos do Almada Fórum. Permaneceram para sempre contigo e nunca mais poderei saber o que sentias ou ouvir a tua voz. Sinto imenso a tua falta e jamais poderei recuperar o tempo perdido